terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Fernando Savater escreve sobre violência nas escolas e crise de autoridade familiar
Fiquem com estas frases soltas do filósofo espanho Fernando Savater sobre a relação entre violência na escola e crise da autoridade familiar:
As crianças não encontram em casa a figura de autoridade, que é um elemento fundamental para o seu crescimento
As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa.
Os pais continuam a não querer assumir qualquer autoridade, preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos seja alegre e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.
São os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os.
O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar.
Há professores que são vítimas nas mãos dos alunos.
A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara.
Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina.
As crianças deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia.
Estas palavras de Savater convidam-nos à reflexão. E a reflexão que eu proponho é sobre os efeitos nefastos de um estatuto do aluno permissivo e desresponsabilizador. Um estatuto que tem como único objectivo manter os alunos na escola, dificultando a acção disciplinadora dos professores.
Quantos pais, chamados à escola, se colocam do lado dos infractores? E quantos acusam os professores, na presença dos filhos?
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